sábado, 9 de março de 2013

Sem Chávez, Venezuela convoca eleições para 14 de abril

Enquanto centenas de milhares de pessoas participam do velório do presidente da Venezuela Hugo Chávez, autoridades eleitorais convocaram nesta sábado novas eleições presidenciais antecipadas para 14 de abril, data que abrirá caminho para um novo período político no país, pós-Chávez.
Nicolás Maduro, indicado pelo próprio Chávez como seu sucessor político, inicia a campanha eleitoral catapultado pela comoção gerada pela morte do líder bolivariano. Nesta terça-feira, ao deixar o cargo de vice-presidente para assumir interinamente a Presidência, Maduro jurou lealdade eterna a Chávez e disse que governará "com a mão dura do povo".
Seu rival, deverá ser o governador Henrique Capriles, que saiu derrotado por Chávez nas eleições presidenciais de outubro. A coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) confirmou sua participação no pleito, imediatamente após o chamado do Conselho Nacional Eleitoral. A decisão colocou fim a uma série de rumores que indicavam que oposicionistas poderiam não apresentar sua candidatura, numa tentativa de deslegitimar o pleito.

Último pedido

A partir de agora, governo e oposição dão início a uma nova campanha eleitoral na qual o mito de Chávez estará ainda mais fortalecido. Desde a morte do mandatário, seus seguidores passaram a afirmar que eleger Maduro não representa somente dar continuidade à revolução bolivariana, mas atender "o último pedido do comandante".
"Essa será nossa homenagem ao comandante, levar Maduro à Presidência", disse Agustina Hernandez, enquanto aguardava na quilométrica fila do velório, que já dura quatro dias, para dar um último adeus a Chávez. Nas filas que duram até 24 horas, os simpatizantes do governo cantam "Chávez, eu juro, voto no Maduro".
Antes de viajar a Cuba para sua última cirurgia - quando reconheceu pela primeira vez que a gravidade da sua doença poderia ter um desenlace fatal - Chávez pediu que à população para eleger Maduro, que foi chanceler antes de assumir a vice-presidência.
"Minha opinião firme, plena como a lua cheia, irrevogável, absoluta, total, é que nesse cenário que obrigaria a convocação de eleições presidenciais vocês o elejam como presidente", disse Chávez.
Dirigentes opositores que até esta sexta-feira mantinham certo silêncio quanto à situação política do país, criticaram a posse de Maduro. A trégua terminou pouco antes da posse de Maduro como presidente interino.
"Essa é uma juramentação espúria. Ninguém elegeu Nicolás", disse o candidato derrotado por Chávez nas eleições de outubro, Henrique Capriles Radonski.
"O povo não votou em você, rapaz. O povo se encarregará de julgar a forma como você se utilizou da morte do presidente com fins eleitorais, propagandísticos", afirmou.

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