Um cinegrafista da principal rede da televisão pública russa foi
morto por tiros no leste da Ucrânia, onde estava trabalhando em uma
reportagem com separatistas pró-russos na localidade de Donetsk. A
informação é da rede de televisão Perviy Kanal, onde Anatoli Klian, de
68 anos trabalhou.
Klian realizou vários trabalhos perigosos
durante os seus 40 anos na emissora, informou a Perviy Kanal em seu
site. O cinegrafista estava sendo levado, a bordo de um ônibus junto com
um grupo de jornalistas russos, pelos separatistas da autoproclamada
República de Donetsk para um encontro com mães de alguns soldados que
tinham pedido para seus filhos deixarem a região.
"Uma vez no
local, foram dados alguns tiros por parte dos militares e Anatoli Klian
foi atingido no abdômen e morreu", escreveu o canal russo na Internet. O
motorista do ônibus também foi atingido e ficou ferido. O Comitê
investigativo russo abriu um inquérito sobre a morte de Klian, informou o
porta-voz do órgão, Vladimir Markin.
"O empregado da televisão
russa foi vítima das autoridades ucranianas, que ignoram as normas
universais para a proteção da população civil em um conflito militar",
destacou ele. Por sua vez, o ministério russo das Relações Exteriores
culpou o governo ucraniano pela morte do profissional e afirma que Kiev
não respeita o acordo de cessar-fogo. "A morte do jornalista russo é
mais uma prova convincente que as autoridades ucranianas não querem uma
desacelerada do conflito armado e não respeitam a frágil trégua",
destaca o documento do ministério russo.
O cessar-fogo imposto na
semana passada pelo governo do presidente ucraniano Petro Poroshenko
vence às 22h locais desta segunda-feira (30). Klian é o terceiro
jornalista russo morto desde o começo do conflito. Em 17 de junho, dois
jornalistas da TV pública russa morreram na região de Lugansk. Já no
final de maio, o fotógrafo italiano Andrea Rocchelli morreu perto de
Slaviansk, assim como seu auxiliar russo Andrei Mironov.
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