segunda-feira, 2 de junho de 2014

Rei Juan Carlos, da Espanha, vai abdicar em favor do filho


O rei Juan Carlos, da Espanha, anunciou na segunda-feira que irá abdicar em favor de seu filho mais popular, o príncipe Felipe, em uma aparente tentativa para reviver a monarquia, abalada por escândalos, em um momento econômico difícil e de crescente descontentamento com a elite política.
"Uma nova geração está, com razão, pedindo para assumir o papel de liderança", afirmou Juan Carlos na TV, horas depois do anúncio surpresa feito pelo primeiro-ministro, Mariano Rajoy, de que o rei iria renunciar após quase 40 anos no trono.
Juan Carlos, de 76 anos, que já foi popular e ajudou na suave transição da Espanha para a democracia nos anos 1970, depois da ditadura de Francisco Franco, perdeu nos últimos anos o apoio da população por causa de vários escândalos de corrupção e gafes.
Sua filha, princesa Cristina, e o marido dela, Iñaki Urdangarin, estão sendo investigados em um caso de corrupção. Ambos negam qualquer irregularidade. Um juiz em Palma de Mallorca deve decidir em breve se Urdangarín irá a julgamento pelas acusações de desvio de 6 milhões de euros de fundos públicos por meio de entidades beneficentes.
Segundo Rajoy, o rei, que está com a saúde fragilizada e passou por cinco operações em dois anos, incluindo uma cirurgia de substituição de prótese no quadril, está deixando o cargo por razões pessoais.
Uma fonte da palácio real disse à Reuters que a decisão do rei se deveu a razões políticas e não pela sua saúde.
"É uma decisão política. Ele está abdicando dados os novos desafios na Espanha, disse a fonte.
A Espanha não tem uma lei precisa regulamentando a abdicação e a sucessão. Rajoy disse que seu gabinete iria reunir-se em breve para definir as etapas para que o príncipe Felipe assuma o trono, como Felipe VI.
Analistas políticos disseram que o governista Partido Popular está ansioso para colocar no trono Felipe, que tem popularidade alta, com o objetivo de combater o crescente sentimento antimonarquista, depois que pequenos partidos de esquerda e partidos ani-establishment foram surpreendentemente bem nas eleições para o Parlamento europeu.
O país acaba de sair de uma difícil e duradoura recessão que abalou a confiança da população nos políticos, na família real e em outras instituições.
Felipe, de 46 anos, assumiu no último ano papel cada vez mais proeminente em cerimônias e não foi afetado pelo escândalo de corrupção no qual estão envolvidos sua irmã e cunhado.

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