quarta-feira, 4 de junho de 2014

Vala comum pode ter 796 restos de crianças na Irlanda

Uma investigadora independente encontrou vestígios de uma vala comum com 796 restos de crianças em Galway, na Irlanda. Catherine Corless descobriu quase 800 certidões de óbito do orfanato católico de Tuam, para onde eram mandadas as mães solteiras entre os anos de 1926 e 1961.
As autoridades da Igreja de Galway, no oeste da Irlanda, disseram desconhecer que tantas crianças morreram no local e foram enterradas pelas monjas católicas. O arcebispo de Tuam, Michael Neary, porém, afirmou que se reunirá com as autoridades da Igreja para realizar uma arrecadação de fundos para instalar uma placa com todos os nomes das 796 crianças e oferecer um serviço religioso no lugar.
A câmara séptica, onde Corless acredita que os restos mortais estão enterrados, era utilizada para a limpeza das pessoas pobres que frequentavam o local antes dele se tornar um orfanato. Por isso, acreditava-se que os ossos eram de pessoas que haviam morrido no século XIX.
As certidões de óbito mostram que as crianças eram, em sua maioria, bebês recém-nascidos ou com menos de um ano de idade e que tiveram como causa da morte vários tipos de doenças infecciosas, deformidades e nascimento prematuro. Segundo Corless, de acordo com as regras católicas, os filhos de mulheres solteiras não eram batizados e, se morressem em um orfanato, não recebiam um enterro cristão, terminando em valas comuns. As famílias também tinham o hábito de enviar as filhas grávidas - que não estivessem casadas - para esse tipo de lugar, onde viviam escondidas do resto da comunidade.
Apesar da iniciativa da Igreja, Corless e outros ativistas de Tuam organizaram um comitê, não só para construir o memorial pelas crianças, mas também para que seja lançada uma investigação pública e o local seja escavado. Já o governo irlandês não quis comentar o assunto. O orfanato foi demolido há décadas para a construção de uma série de casas no local.

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