quinta-feira, 5 de junho de 2014

Ucrânia fecha parcialmente fronteira com a Rússia

O presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turcinov, anunciou que fechou parcialmente as suas fronteiras com a Rússia no leste do país nesta quinta-feira (5).    O presidente alega que a medida é para impedir a entrada de armas e militantes nas cidades  separatistas de Donetsk e Lugansk. A Rússia disse estar indignada com a decisão de Kiev. "Em vez de abrir estas fronteiras para todos aqueles que desejam deixar a área das ações militares, estas são fechadas. É absolutamente ofensivo e inaceitável", declarou Aleksandr Lukashevich, porta-voz do ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov. Já o governador da região russa de Rostov do Don, Vasili Golubev declarou estado de emergência em 15 distritos na fronteira com a Ucrânia em decorrência do fluxo de refugiados. A cidade registrou a entrada de mais de 8 mil cidadãos ucranianos nas últimas 24 horas que fugiram das violências no leste do país, informou o responsável russo para os direitos das crianças, Pavel Astakhov. O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, acusou as autoridades ucranianas de mentir negando a ausência de refugiados deixando o leste do país e definiu a situação humanitária "sem precedentes", informando a chegada de ao menos 3 mil pessoas por dia em Rostov do Don.
Conflitos
Em Sloviansk, a cidade separatista no leste da Ucrânia, e outras cidades da região leste perto de Donetsk, estão sem água depois que um ataque militar do exército ucraniano danificou uma central elétrica que alimentava o Voda Donbassa Comapny, o aqueduto que fornece água potável em toda a região. A informação é da fonte dos separatistas pró-russos, citada pela agência de notícias russa Itar-Tass. Os moradores dispõem apenas de reservas de água já armazenadas ou de água mineral vendida nos supermercados. As localidades de Kramatorsk, Druzhkovka, Konstantinovka, e outros municípios menores ficaram também sem água. A assessoria de imprensa do ministério das Situações de Emergência informou que foi organizado um serviço de caminhões para fornecer água na região. O governo informou que o fornecimento da água será retomado "depois que acabarem as hostilidades militares na região".
G7
Medvedev criticou as afirmações do G7, a reunião dos sete países mais industrializados do mundo (Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Japão), que começou ontem (4) em Bruxelas e trata da crise na Ucrânia e a posição russa no conflito. "O chamado G7 ainda discute as ações moderadas por parte das tropas ucranianas contra o próprio povo. Não existem limites sobre o cinismo", disse o primeiro-ministro russo. Ontem, em esboço da declaração do G7 confirmou a ameaça de novas sanções contra a Rússia em ocasião da falta d recuo do país na crise ucraniana. "A anexação ilegal da Crimeia e as ações de desestabilização no leste da Ucrânia são inaceitáveis e devem acabar, caso contrário, se necessário os países do G7 estão prontos a reforçar as sanções aplicando sanções suplementares", alerta o comunicado. A cúpula dos sete países realizada em Bruxelas, deveria acontecer em Sóchi, na Rússia, mas foi transferida e a participação da Rússia do grupo foi suspensa por causa da crise ucraniana e da posição deste país no conflito.

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