sábado, 6 de julho de 2013

ONU e EUA fazem apelo por fim da violência no Egito

A ONU e os Estados Unidos fizeram um apelo pelo fim dos choques que já deixaram mais de 30 mortos e centenas de feridos no Egito.
Os conflitos mais violentos ocorreram na sexta-feira, dois dias após o Exército do país derrubar o presidente Mohammed Morsi. Neste sábado, multidões ainda ocupam algumas ruas e praças do país. E protestos maiores estão previstos para esta tarde.
O departamento de Estado dos EUA conclamou os líderes egípcios a acabarem com a violência e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu mais proteção aos manifestantes - em especial às mulheres.
"Conclamamos todos os líderes egípcios a condenarem o uso da força e evitarem mais violência entre seus simpatizantes", disse, em um comunicado, o porta-voz da chancelaria americana, Jen Psaki.
O comunicado de Ban Ki-moon mencionou "relatos horripilantes de violência sexual".
"O secretário-geral acredita firmemente que este é um momento crítico, em que é imperativo que os egípcios trabalhem juntos para fazer um retorno pacífico ao controle civil, à ordem constitucional e à governabilidade democrática", diz o documento, divulgado pelo porta-voz de Ban Ki-moon, Farhan Haq.
"Os líderes políticos do Egito têm a responsabilidade de sinalizar, por meio de suas palavras e suas ações, seu compromisso com um diálogo pacífico e democrático."

Irmandade Muçulmana

Morsi foi detido pelas Forças Armadas, juntamente com outras figuras importantes de seu movimento Irmandade Muçulmana.
Ainda neste sábado, Khairat el-Shater, vice-líder da Irmandade Muçulmana, foi preso em sua casa no Cairo por suspeita de incitamento à violência.
O Exército egípcio também publicou um comunicado em sua página no Facebook negando que alguns comandantes estejam fazendo pressão sobre os altos escalões das Forças Armadas do país para um reestabelecimento do governo de Morsi.
"Esses rumores surgem em um contexto em que boatos e mentiras são espalhados em uma guerra de informação travada contra as Forças Armadas com o objetivo de dividir suas fileiras e acabar com sua coesão", diz o comunicado.
Em meio às tensões, o ex-presidente Hosni Mubarak foi levado a um tribunal para responder a acusações de corrupção e envolvimento na morte de manifestantes nos protestos que o derrubaram, em 2011.
O julgamento, porém, foi adiado até 17 de agosto.

Conflito

Na sexta-feira, pelo menos 12 pessoas morreram e 200 ficaram feridas em conflitos na cidade mediterrânea de Alexandria. Outras oito morreram em dois confrontos no Cairo.
O editor da BBC para Oriente Médio, Jeremy Bowen, testemunhou um dos conflitos e foi atingido na orelha por chumbos de espingarda.
Tropas egípcias teriam aberto fogo contra uma multidão que avançava para a sede da Guarda Republicana, onde muitos acreditavam que Morsi estaria preso.
Na quinta-feira, o presidente do tribunal constitucional do Egito, Mansour Adly Mahmud, foi empossado como chefe de Estado interino e prometeu convocar novas eleições em breve.
No dia seguinte, porém, ele dissolveu a câmara alta do Parlamento egípcio, dominada por partidários Morsi e que vinha servindo como o único órgão legislativo após a dissolução da Câmara dos Deputados, no ano passado.

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