domingo, 16 de junho de 2013

Aeroporto de Brasília vive caos um dia após abertura da Copa das Confederações

Um dia após os protestos que marcaram a abertura da Copa das Confederações em Brasília, o aeroporto da capital federal viveu uma manhã de caos neste domingo.
Por volta das 10h, o movimento no aeroporto internacional Juscelino Kubitschek já era intenso, com filas para o check-in que chegavam a durar até uma hora e meia, poucas informações disponíveis e passageiros irritados.
No sábado, Brasil e Japão abriram oficialmente a Copa das Confederações no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. Antes do jogo, houve um confronto nas imediações do local entre policiais e manifestantes que protestavam contra o valor das obras para o Mundial de 2014.
"Em três anos trabalhando aqui, nunca tinha visto nada parecido", comentou uma funcionária do aeroporto, que não quis se identificar.
"Esta é uma imagem de tristeza. Nossos aeroportos já estavam saturados antes e nada foi feito para adequá-los a um evento como esse", afirmou o consultor de empresas de turismo Daniel Bernardes, de 35 anos, enquanto esperava na fila do balcão da TAM para fazer o check-in para um voo a Manaus.
Para Bernardes, que fez questão de cronometrar o tempo que passou na fila (1h10, segundo ele), problemas como esse, se repetidos no ano que vem, poderão afastar os turistas que o país pretende atrair com a realização do Mundial.
A assessora Fernanda Peres, de 33 anos, que aguardava para voltar a Vitória após uma visita de dois dias a Brasília para assistir à abertura da Copa das Confederações, afirmou que esperava uma organização melhor no aeroporto.
"Nós brasileiros já estamos acostumados com essa bagunça, mas para o turista estrangeiro deveria ser mais organizado", disse.

Tratamento preferencial

A demora na fila levou alguns funcionários da TAM a retirar da fila funcionários da Fifa (responsável pela Copa das Confederações), que receberam tratamento diferenciado e prioritário, aumentando a insatisfação entre os passageiros "comuns" que aguardavam.
Daniel Fernandes / BBC
Prejudicado por longas filas, Daniel Fernandes lamenta que não houve melhorias nos aeroportos do Brasil
Em meio à confusão, funcionários passavam também gritando os números dos voos que estavam prestes a sair, para que os passageiros com aqueles destinos pudessem ser atendidos na frente.
"Acho que podia ser um pouco mais organizado, ter mais informação, em vez de ficarem só gritando os destinos dos próximos voos no meio da confusão", observou Diogo Lopes, de 33 anos, que aguardava o check-in para voltar a São Paulo após viajar a Brasília para assistir à vitória do Brasil contra o Japão, na véspera.
A administradora de empresas Izalina Alves, de 35 anos, disse viajar com frequência de Manaus, onde mora, a Brasília a trabalho, mas que nunca havia visto o aeroporto com tanto movimento.
"Isto é um absurdo. É um pouco caso com o cliente, com o cidadão brasileiro", reclamou. "Sinto uma tristeza grande como brasileira, se é essa a imagem que vamos passar para os turistas estrangeiros", disse.
"Esta é a capital do país, é uma referência. Se fosse lá em Manaus, ainda vai, mas aqui era de se esperar que as coisas funcionassem", afirmou. Para ela, muita coisa ainda precisa ser feita para melhorar a infraestrutura da cidade. "Se não, vai ser um caos na Copa do Mundo", disse.
Procurada pela reportagem da BBC Brasil, a Anac não respondeu às ligações.
Questionada sobre o tratamento preferencial dispensado a autoridades da Fifa, a TAM desmentiu a informação e afirmou que seu pessoal em terra pode realocar grupos de pessoas na fila de acordo com os horários de seus voos.
O jogo entre Brasil e Japão, no sábado, foi o único da Copa das Confederações realizado em Brasília, mas na Copa do Mundo do ano que vem o estádio Mané Garrincha, deverá abrigar seis partidas ao todo.

Um comentário:

  1. Pois é... esta copa está servindo para mostrar as falhas em diversos setores da vida brasileira.

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