O Ministério Público Federal (MPF) não poderá ser consultado
para balizar a escolha dos nomes que vão integrar a nova equipe
ministerial. A informação foi dada nesta terça-feira (23) pelo ministro
da Justiça, José Eduardo Cardozo, em entrevista coletiva. A intenção
de consultar o MPF foi manifestada nessa segunda-feira (22) pela
presidenta Dilma Rousseff, durante café da manhã com jornalistas
credenciados no Palácio do Planalto.
Cardozo disse que teve, ontem à noite,
uma conversa com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que
adiantou que não poderia dar qualquer informação sobre nomes citados em
delações premiadas de pessoas investigadas pela Operação Lava Jato, da
Polícia Federal, já que o processo corre em segredo de Justiça.
Segundo
o ministro, para a composição da equipe de governo a presidenta usará
como base informações disponíveis em “registros oficiais”, como a Lei da
Ficha Limpa. “Situações colocadas pela imprensa, que são ou não
confirmadas; isso passa por um plano de avaliação do próprio governo
quanto àquilo que está posto”, disse.
Sobre os comentários a respeito
da declaração da presidenta, feitos ontem pelo ex-presidente do Supremo
Tribunal Federal Joaquim Barbosa, Cardozo disse que acha curiosa a crítica.
"Ter informações é algo básico. É natural que um governante para formar
a sua equipe queira obter informações. Por óbvio, não se pediu
consultoria, não se pediu assessoria, se pediu informação que se
legalmente pudesse ser dada, seria boa para a formação da convicção no
momento de nomear. Como não foi possível, por motivo de legalidade, não
foi feita”, concluiu, acrescentando que talvez Barbosa não tenha
entendido bem o propósito da presidenta.
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