quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Ex-funcionários da CIA dizem que relatório sobre tortura é parcial e equivocado


Um grupo de ex-funcionário de alta patente da CIA contestou o relatório de um comitê do Senado dos Estados Unidos, segundo o qual as técnicas de interrogatório da agência não obtiveram informações valiosas de inteligência, e afirmou que esse trabalho salvou milhares de vidas.
O ex-diretores da CIA George Tenet, Porter Goss e Michael Hayden, assim como outros três ex-vice-diretores, escreveram em um artigo, publicado nesta quarta-feira no Wall Street Journal, que o relatório do Comitê de Inteligência do Senado estava errado em afirmar que a agência foi enganosa sobre seus trabalhos em seguida aos ataques de 11 de setembro de 2001, nos EUA.
"O comitê nos deu... um estudo unilateral marcado por erros sobre fatos e interpretações --essencialmente um ataque parcial e pobremente elaborado contra uma agência que fez o máximo para proteger a América depois dos ataques de 11 de Setembro", disseram.
O relatório concluiu que a CIA falhou em desmantelar qualquer conspiração subsequentes aos ataques, apesar de ter torturado prisioneiros durante o governo de George W. Bush.
Mas os diretores da CIA disseram que os EUA nunca teriam localizado e matado o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, em 2011 não fossem as informações obtidas no programa de interrogatórios.
Seus métodos também levaram à captura de membros de alto escalão da Al Qaeda, à obtenção de informações valiosas sobre a organização e ao salvamento de centenas de vidas ao desmantelar planos da Al Queda, incluindo um ataque similar aos de 11 de Setembro.
Os ex-diretores da CIA defenderam o programa de interrogatórios, dizendo que os agentes se encontravam em um "cenário bomba-relógio" sem precedentes, que exigia ações rápidas.
Eles disseram que o relatório do comitê do senado estava "simplesmente errado" em afirmar que a CIA ludibriou a Casa Branca, o Departamento de Justiça, o Congresso e o público sobre seis métodos de trabalho. A CIA buscou e recebeu confirmação da Casa Branca e do Departamento de Justiça a respeito de seus programas e também manteve o Congresso informado, disseram.
"De nenhuma maneira alegamos ter feito tudo perfeitamente, especialmente nas circunstâncias emergenciais e muitas vezes caóticas confrontadas na sequência imediata do 11 de setembro", escreveram os ex-diretores.

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