Cerca de 400 espécimes de
répteis e anfíbios, muitos deles ameaçados na natureza, foram
encontrados mortos em dois caixotes em um aeroporto de Johanesburgo, na
África do Sul, vítimas de desidratação e desnutrição.
Eles eram parte de um carregamento de mais de
1,6 mil animais vindos de um país vizinho, Masagascar, que seguia para
lojas de animais exóticos nos Estados Unidos.Acredita-se que a empresa responsável pelo transporte dos animais possuia as licenças corretas para exportação, mas ativistas e o governo sul-africano analisam a possibilidade de processá-la por maus-tratos.
"Um número significativo está em estado estável, comendo e bebendo", disse à BBC Brett Gardener, veterinário do zoológico. No entanto, segundo ele, alguns dos animais que resistiram sofreram "danos irreparáveis".
Gardener diz que é normal que haja perdas durante o transporte de longa distância de animais, mas o número tão grande de mortes neste caso provavelmente se deve ao atraso na conexão do voo rumo aos EUA.
"Os caixotes (com animais) chegaram na terça-feira de manhã e deveriam ter embarcado em um voo na mesma noite. O voo atrasou muito por conta do mau tempo (na América do Norte) e fracassaram tentativas de transportar os animais em outros voos", diz ele.
'Cheiro ruim'
Os animais foram encontrados na quarta-feira, depois que um inspetor da Sociedade Nacional de Prevenção à Crueldade contra Animais (NSPCA, na sigla em inglês) notou um "cheiro ruim" durante uma fiscalização de rotina.Ele percebeu que alguns animais já estavam em decomposição e outros davam poucos sinais de vida.
Os animais, de pelo menos 30 espécies diferentes de sapos, camaleões, lagartos e lagartixas, haviam sido colocados em dois caixotes de cerca de meio metro, um sobre o outro.
Alguns animais também foram colocados dentro de pequenos tubos plásticos.
O espaço era tão insuficiente para os animais que eles mal podiam se mover, segundo a imprensa local.
Espécies ameaçadas
Muitas das espécies encontradas no carregamento são citadas na Convenção Internacional de Comércio de Espécies Ameaçadas com o status de ameaçadas, vulneráveis ou em perigo.O documento prevê a comercialização de espécies vulneráveis citadas em um de seus apêndices, mas apenas com licenças especiais.
A NSPCA e o Departamento de Agricultura, Manejo Florestal e Agricultura da África do Sul estão investigando o ocorrido.
"As autoridades suspeitam que agentes sul-africanos estão envolvidos e podem ser indiciados por crueldade contra animais", disse Ainsley Hay, chefe da unidade de vida selvagem da NSPCA.
A África do Sul disse que fará contato com Madagascar para decidir o destino dos animais sobreviventes após eles serem tratados.
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