A ministra da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos da Presidência
da República (SDH), Maria do Rosário, disse na segunda-feira, em
Brasília, que não vê os rolezinhos como um problema nacional. Para ela, o
governo federal precisa se preocupar com outras questões, como a oferta
adequada de locais de convivência para os jovens.
"Sinceramente,
não é possível que se imprima a essa questão uma supervalorização, como
se ela estivesse em um plano além de uma reunião de jovens procurando
um espaço público, que é de livre possibilidade de conviver", explicou a
ministra. "Acho que nós deveríamos nos preocupar muito mais com o que
nós oferecemos a esses jovens, se estamos oferecendo praças suficientes,
lugares de convivência, políticas para a juventude. Nós temos que nos
preocupar com isso, não com o lugar onde eles marcam encontro".?
Maria do Rosário disse que questões sobre a capacidade dos shoppings para receber esses encontros
devem ser discutidas nas prefeituras, se elas entendem que há um
problema em torno disso. Ela também afastou a possibilidade de haver um
diálogo entre governo e jovens que organizam rolezinhos. "Nós não vemos
como um problema, de forma que tenhamos que ficar chamando líderes para
reuniões. Não é um problema de nível federal, nacional. É uma questão
que estamos acompanhando como uma disposição da juventude de buscar também seu direito de conviver em todos os espaços que o país ofereça."
Os
rolezinhos, encontros marcados pelas redes sociais por jovens da
periferia em centros comerciais, começaram no final do ano passado. Os
primeiros foram organizados por cantores de funk em resposta a aprovação
pela Câmara Municipal de um projeto
de lei que proibia bailes do estilo musical nas ruas da capital
paulista. A proposta foi vetada pelo prefeito Fernando Haddad no início
de 2014. Os rolezinhos continuaram, no entanto, a serem organizados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário