quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

NSA instalou software espião em 100 mil computadores no exterior, diz jornal

Agência considera a medida uma ação de “defesa ativa” e tem usado a tecnologia para monitorar, principalmente, unidades do Exército chinês.A Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) instalou um software em cerca de 100 mil computadores em todo o mundo - mas não nos Estados Unidos - que permite que a agência vigie essas máquinas, publicou o jornal New York Times.
Em sua matéria, o diário cita documentos da NSA, especialistas em computadores e autoridades norte-americanas para falar a respeito de tecnologia secreta que usa ondas de rádio para acessar os computadores que outros países tentam proteger de espiões ou ataques cibernéticos.
Segundo o jornal, a rede de softwares pode também criar um caminho digital para o lançamento de ataques cibernéticos. A tecnologia, usada pela agência durante muitos anos, apóia-se no uso de ondas de rádio que podem ser transmitidas de pequenas placas de circuito e pen drives inseridos secretamente nos computadores.
 A NSA considera a medida uma ação de “defesa ativa” e tem usado a tecnologia para monitorar unidades do Exército chinês, as Forças Armadas russas, cartéis de drogas, instituições de comércio no interior da União Europeia (UE) e às vezes parceiros dos Estados Unidos contra o terrorismo como Arábia Saudita, Índia e Paquistão, afirma o jornal.
Dentre os alvos mais frequentes da NSA e do Comando Cibernético dos Estados Unidos está o Exército da China. O governo norte-americano tem acusado os chineses de lançarem ataques regulares contra alvos industriais e militares dos Estados Unidos, geralmente para roubar segredos e propriedade intelectual. Mas quando os chineses instalaram softwares semelhantes em sistemas de empresas ou agências do governo norte-americano, autoridades dos Estados Unidos protestaram, lembra o New York Times.
A NSA afirma que a tecnologia não é usada em computadores no interior dos Estados Unidos. “As atividades da NSA são concentradas e especificamente usadas contra - e apenas contra - alvos válidos de inteligência estrangeiros em resposta a pedidos da inteligência”, declarou Vanee Vines, porta-voz da agência, em comunicado ao jornal.
“Não usamos a capacidade de inteligência externa para roubar segredos comerciais de empresas estrangeiras em nome de - ou fornecemos as informações - para empresas norte-americanas para aumentar sua competitividade internacional ou elevar seu faturamento.”
Partes do programa foram divulgados em documento vazados por Edward Snowden, ex-analistas terceirizado da NSA. Um jornal holandês publicou um mapa que mostra onde os Estados Unidos instalaram o softwares, o que em alguns casos aconteceu com a ajuda de autoridades locais.
A revista alemã Der Spiegel publicou informações sobre produtos de hardwares da NSA que podem transmitir e receber, secretamente, sinais de computadores, diz a matéria do jornal. O NYT disse que reteve alguns desses detalhes, a pedido de funcionários da inteligência dos Estados Unidos, quando divulgou, em 2012, a realização de ataques cibernéticos norte-americanos contra o Irã.

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