sexta-feira, 19 de abril de 2013

'Estamos envergonhados', diz tio de suspeitos por ataques

Um tio dos dois irmãos suspeitos de envolvimento nos ataques a bomba durante a Maratona de Boston disse nesta sexta-feira que Dzhokhar e Tamerlan Tsarnaev trouxeram "vergonha" à sua família e à comunidade chechena nos Estados Unidos.
"Sim, nós estamos envergonhados", disse Ruslan Tsarni aos jornalistas que cercavam sua residência, no Estado americano de Maryland.
Tsarni aproveitou para pedir que seu sobrinho se entregue e peça "perdão" ao sofrimento que causou.
"Dzhokhar, se você estiver vivo, entregue-se e peça perdão às suas vítimas, pelos feridos e mortos", afirmou o tio dos meninos.

'Dificuldade'

Informações sobre a vida nos Estados Unidos dos irmãos Tsarnaev, de etnia chechena, ainda estão vindo a público.
Acredita-se que eles deixaram a Chechênia nos anos 90 devido à guerra na república separatista (1994-1996), buscando residência na Ásia Central.
É lá que Dzhokhar, de 19 anos, teria nascido (aparentemente, na república do Quirguistão), enquando o mais velho, Tamerlan, de 26 anos, teria chegado a viver na Chechênia.
Em seguida, a família teria residido na república do Dagestão, vizinha à Chechênia, no norte do Cáucaso. Por fim, eles teriam seguido para os Estados Unidos em 2001 – embora o paí deles esteja agora no Dagestão.
Tamerlan, que foi visto por uma câmera de segurança vestindo um boné preto no dia do atentado, foi morto na noite desta quinta-feira durante um tiroteio com a polícia, informaram autoridades americanas.
Dzhokhar escapou. Ele estava usando um boné branco e foi visto deixando a linha de chegada da maratona.
Os dois viviam nos arredores de Boston.
Tsarni diz que não via os dois desde dezembro de 2005. Ele acrescentou que seus sobrinhos "tiveram dificuldade" para se estabelecer nos Estados Unidos e teriam acabado "odiando todo mundo".
Ele disse que não tinha conhecimento de que seus sobrinhos tivessem alguma razão para realizar um ataque contra os Estados Unidos e atribui os ataques ao fato dos responsáveis serem "perdedores... (com ódio) por aqueles que foram capazes de se estabelecer, essa é a única razão que eu consigo imaginar. De resto, qualquer coisa relacionada à religião, ao Islã, é fraude, é uma farsa".
Posteriormente, Tsarni esclareceu que não chamou seus sobrinhos de ‘perdedores’, mas que se referia "àqueles que cometeram tal atrocidade".
Segundo o tio dos suspeitos, seu irmão, pai dos jovens, deixou os Estados Unidos em 2009 e desde então nunca mais falou com ele.

'Verdadeiro Anjo'

Já o pai dos suspeitos, Anzor Tsarnaev, que mora no Daguestão, descreveu o seu filho mais novo como um "verdadeiro anjo".
Ele acrescentou que Dzhokhar é um “menino muito inteligente” que estava estudando medicina.
"Esperávamos que eles viessem de férias para cá", disse ele.
Tsarnaev também afirmou que a perseguição a seus filhos era "política", e que eles haviam sido vítimas de "serviços secretos".

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