O
século 20 teve as maiores médias de temperaturas registradas em 1,4 mil
anos, segundo uma pesquisa climática que envolveu 78 cientistas de
universidades em 24 países.
O levantamento, divulgado nesta segunda-feira na publicação científica Nature Geoscience, reconstituiu as temperaturas dos últimos 2 mil anos em sete regiões continentais do planeta.
Os cientistas afirmam que o aquecimento global, que começou no fim do século 19, reverteu uma longa tendência de resfriamento em todo o planeta, pontuada por períodos de aquecimento em regiões especificas.
"O mais impressionante sobre o aumento repentino da temperatura média global no século 20 é que ela acontece após uma tendência de resfriamento que durou mais de um milênio", disse um dos autores do estudo, o professor Steven Phipps, do Centro de Excelência em Ciência Climática da Universidade de New South Wales, na Austrália.
"A pesquisa mostra que em somente um século a Terra reverteu 1,4 mil anos de resfriamento."
Sem explicação natural
Esses fenômenos seriam explicados principalmente por ciclos naturais na órbita da Terra e pela influência de atividade vulcânica e solar.
No entanto, fenômenos naturais não explicam o aumento da temperatura global no século 20, de acordo com os pesquisadores.
A reconstituição do ambiente climático aproximado dos últimos dois milênios mostrou que o período entre 1971 e 2000 foi mais quente do que qualquer outro em cerca de 1,4 mil anos em todo o planeta.
Os pesquisadores afirmam que reconstrução das médias de cada área cobriu períodos diferentes dentro dos 2 mil anos, a depender da disponibilidade de dados. Em regiões como o continente africano, por exemplo, a escassez de registros não permitiu determinar as mudanças de temperatura de longo prazo.
O estudo foi coordenado pelo projeto International Past Global Changes (PAGES), que realiza esforços internacionais de pesquisa sobre dinâmicas ambientais e climáticas com base em informações do passado.
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