domingo, 21 de abril de 2013

Paraguai inicia votação em pleito que reedita polarização política

A votação para eleger um novo presidente começou neste domingo no Paraguai em uma eleição marcada pela retomada da tradicional polarização entre os membros do conservador Partido Colorado e do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), de centro-direita, que tiraram proveito de um racha na esquerda e têm seus candidatos à frente nas pesquisas.
O empresário Horácio Cartes concorre pelo Partido Colorado, e o advogado e senador Efrain Alegre, pelo PLRA. No total são dez candidatos.
Tanto o candidato colorado como o liberal defendem a volta do país ao Mercosul e à Unasul (União das Nações Sul-Americanas). Alegre é apoiado pelo atual presidente paraguaio, Federico Franco.
Os blocos regionais suspenderam o Paraguai após o processo relâmpago que resultou na queda do presidente Fernando Lugo, em junho de 2012. As organizações alegam que o impeachment violou cláusulas democráticas dos blocos e condicionam o fim da suspensão à realização de eleições presidenciais justas e transparentes.
Lugo foi retirado do poder em votação no Senado em 22 de junho de 2012, como resultado de uma crise política iniciada com a morte de 17 pessoas em confrontos entre policiais e sem-terra durante uma ação de reintegração de posse.
O processo de impeachment durou apenas pouco mais de 24 horas e foi duramente criticado pelo próprio Lugo – que afirmou que o processo era inconstitucional – e pela comunidade internacional.
Seu sucessor, Federico Franco, prometeu deixar o poder após a eleição.
Além de eleger um novo presidente e vice, os paraguaios também escolhem nesta eleição 45 senadores, 17 governadores e 80 deputados.
Os resultados preliminares da votação deste domingo devem ser anunciados cinco horas depois do fechamento das urnas.
A eleição tem um só turno, e o político mais votado se elege automaticamente.

Monitores

Segundo as autoridades eleitorais paraguaias, as eleições estão sendo monitoradas por organizações internacionais, com mais de 500 observadores da Unasul, União Europeia e Organização dos Estados Americanos.
"O mundo verá que o Paraguai é um país que elege suas autoridades democraticamente, resolvendo um problema vital para o povo, que é voltar para as organizações internacionais", afirmou à agência de notícias local IP o parlamentar uruguaio Daniel Pena, que foi enviado ao país como observador para o Mercosul.
Apenas pouco mais de 3,5 milhões de pessoas votam no Paraguai, em meio a uma população total de 6,6 milhões.
O presidente do Tribunal Eleitoral, Alberto Ramirez Zambonini, pediu o comparecimento dos eleitores.
"Durante cinco anos outros tomaram decisões por nós. Esta é a chance que os cidadãos têm de escolher", disse Zambonini a jornalistas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário