“Queremos uma verdadeira reforma no sistema de educação e não pequenas mudanças”, disse a presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile, Melissa Sepulveda, uma das líderes do movimento estudantil. “O movimento estudantil radicalizou-se por falta de avanços”, disse.
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Por isso, os universitários somaram-se aos estudantes de ensino médio, em 2011, durante o governo de direita do atual presidente, Sebastian Piñera, e paralisaram o país exigindo educação gratuita e de qualidade para todos. Piñera reduziu os juros dos créditos estudantis, mas não cedeu a todas as exigências. Agora, Bachelet disputa um segundo mandato e todas as pesquisas de opinião indicam que ela ganhará – possivelmente no primeiro turno.
Mas, antes mesmo das urnas fecharem, o que ocorrerá às 19h de Brasília (18h em Santiago), os estudantes ocuparam o centro de comando da campanha de Michelle Bachelet, para demonstrar que vão continuar protestando – mesmo se o novo governo for de esquerda e tiver o apoio de ex-líderes estudantis. Dois líderes estudantis que convocaram os protestos de 2011 e 2012 – Camilla Vallejos e Giorgio Jackson - são candidatos ao Congresso pela aliança de partidos de centro-esquerda que apoia Bachelet. Os chilenos estão escolhendo hoje o presidente, os deputados e senadores.
O problema, no Chile, é que o presidente tem pouca margem de manobra a não ser que consiga mudar a Constituição, herdada da ditadura de Augusto Pinochet. Pelo atual sistema eleitoral, o chefe de Estado só tem maioria no Congresso se seus candidatos dobrarem o número de votos do adversário. Caso contrário, tem que ceder vagas ao segundo colocado – ou seja, a disputa parlamentar termina em empate e qualquer mudança só pode ser feita através de uma negociação.
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