O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban
Ki-moon, anunciou hoje a data para a conferência de paz sobre a Síria,
Genebra 2. O encontro deve ocorrer em 22 de janeiro de 2014. A
conferência reunirá o governo sírio e a oposição em uma mesa de
negociação pela primeira vez desde o início dos conflitos no país.
"A
conferência é um meio para uma transição pacífica que satisfaz as
aspirações de liberdade de todo o povo sírio e que garante a segurança
para toda a comunidade do país", declarou Ban Ki-moon.
"O
objetivo é a plena execução do comunicado de Genebra de 30 de junho de
2012, que compreende a criação, com base em consenso recíproco, de um
órgão governamental com plenos poderes executivos, sobre a entidade
militar e de segurança", explicou.
Em junho de 2012, membros
da comunidade internacional já haviam se reunido em Genebra em uma
conferência sobre a situação Síria.
Na ocasião, alcançaram um
acordo, mas deixaram em aberto se o presidente Bashar al-Assad poderia
fazer parte do governo de transição. A Rússia se recusou a assinar uma
moção que obrigaria Assad a renunciar. Os países que farão parte da mesa
de negociações ainda não foram definidos. De acordo com o ministro das
Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, "o círculo de
participantes externos na conferência Genebra 2 deve ser completo, com
todos aqueles que influenciam". "Vamos convidar Arábia Saudita e Irã",
completou.
Recentemente, o líder da Coalizão Nacional da
Síria, Ahmad al-Jarba, ameaçou boicotar a reunião caso o Irã esteja
presente nO debate.
A Itália é um dos países que já demonstrou
interesse em participar. "Espero que o acordo firmado neste sábado à
noite (24) com o Irã possa ter consequências positivas também no dossiê
sírio", declarou a ministra das Relações Exteriores da Itália, Emma
Bonino. A ministra declarou à ANSA que a Itália tem interesse e
determinação em compor a mesa da conferência. "A Itália está muito
interessada em estar na mesa, e é claro que a composição é decidida
pelas Nações Unidas. A Itália faz parte do Grupo Amigos da Síria e
deixamos claros não só nosso interesse, mas também a nossa
determinação", afirmou.
Ban Ki-moon espera que os representantes
da Síria vão à Genebra com "uma séria intenção de terminar uma guerra
que já provocou mais de 100 mil mortos, obrigou quase 9 milhões de
pessoas a abandonarem suas casas, causou inúmeras detenções, afetando
toda a região e países vizinhos". Para o secretário geral, "o conflito
na Síria tem sido travado por tempo demais. Seria imperdoável não
aproveitar esta oportunidade de colocar um fim no sofrimento e
destruição que tem causado".
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