Manifestantes sem-teto e a Polícia Militar (PM) e a Guarda Civil
Metropolitana (GCM) entraram em confronto no final da tarde de hoje (29)
após a votação do Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade de São
Paulo ter sido suspensa pelos vereadores da Câmara Municipal. Os
manifestantes reivindicam a votação urgente do novo plano, em tramitação
na Câmara desde setembro do ano passado.
Os manifestantes atearam
fogo a pneus e lixeiras e também atiraram objetos contra as portas e
janelas da sede da Câmara, localizada no centro da capital. As portas do
local foram fechadas, segundo a assessoria da Casa e a Polícia Militar,
para evitar confusão, já que vários manifestantes acompanharam a sessão
plenária dentro do prédio.
Policiais reagiram com jatos de água e
bombas de gás contra os manifestantes. Segundo a Polícia Militar, a
situação ainda é tensa. A PM informou à Agência Brasil que tenta
dispersar os manifestantes para que os bombeiros possam chegar no
Viaduto Jacareí e iniciar os trabalhos de contenção das chamas no local,
para permitir a liberação da rua Dona Maria Paula, que está interditada
no momento.
Segundo a Polícia Militar, cerca de 1 mil pessoas
participam da manifestação. A Câmara Municipal, no entanto, informou a
presença de 3 mil sem-teto no local.
Por meio das redes sociais, o
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) disse que a PM,
acompanhada da guarda metropolitana, “despejou bombas e gás lacrimogêneo
sobre os sem-teto e munícipes que acompanhavam do lado de fora a
votação do plano diretor”. Segundo o movimento, embora a situação já
esteja mais calma, “mais uma vez o povo é alvo e vítima da truculência. A
culpa por esse incidente é dos vereadores que, no intuito de fazer uma
votação na calada da noite, longe dos olhos de todos, adiaram a votação
para a meia-noite, o que revoltou muitos companheiros e companheiras que
acompanham a sessão”, diz o MTST.
Segundo a Câmara Municipal, a
intenção da liderança do governo era votar o plano diretor em primeira
discussão hoje, mas o projeto ainda precisa da aprovação de cinco
comissões da Casa antes de ter condições de ir para votação em plenário.
O regimento interno permite que essa votação seja feita em uma reunião
conjunta dos colegiados, mas como a leitura dos votos em separado
atingiu o limite de 75 minutos, previsto pelo regimento, a reunião foi
suspensa. O presidente da Câmara, o vereador José Américo (PT), decidiu
então adiar a votação para amanhã (29), quando os votos em separado e
pareceres das comissões serão publicados no Diário Oficial, o que
possibilitará a apreciação do plano diretor pelas comissões.
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