A vingança pela morte de um irmão gêmeo, segundo a Polícia Civil de
São Paulo, foi o motivo para um ataque incendiário que atingiu 34 ônibus
da Viação Urubupungá, na madrugada desta terça-feira, em Osasco. O
suspeito de chefiar a ação, identificado como Edílson Almeida Silva, 19
anos, foi preso hoje por volta das 11h30 na periferia da cidade. O caso
mobilizou o diretor-geral da Polícia Civil no Estado, Maurício Blazeck,
que descartou ação de facções criminosas no episódio.
De acordo
com o delegado seccional de Osasco, Paulo Tucci, Silva foi identificado
pelas imagens de câmeras de segurança de um dos veículos que estavam no
pátio no momento do ataque, pouco depois da meia-noite. Além dele,
outros quatro homens são procurados pela polícia como participantes da
ação - três deles, responsáveis por render quatro funcionários da viação
que estavam no local.
Segundo Tucci, o jovem é irmão gêmeo de
Edmílson Almeida Silva, morto na noite de segunda-feira, a tiros, quando
estava em frente a um bar no Jardim Baronesa, em Osasco. Ele recebeu 24
tiros de dois homens que desceram de um veículo Astra escuro, os quais
ainda não foram identificados. A hipótese da polícia era a de que o
ataque no pátio da empresa teria relação com o homicídio, registrado nas
imediações do pátio da concessionária de transporte público.
"Ele
não confessou o crime, mas foi autuado em flagrante por incêndio,
formação de quadrilha e dano qualificado porque foi identificado nas
imagens de um ônibus que havia acabado de estacionar no pátio e
reconhecido por funcionários da empresa. E como é irmão gêmeo do rapaz
assassinado cerca de três, quatro horas antes do ataque incendiário,
acreditamos que ele agiu da cabeça dele, mesmo, e decidiu vingar a morte
do irmão”, declarou o delegado.
Conforme o policial, o suspeito
estava na rua, próximo de casa, quando foi encontrado por policiais da
força-tarefa composta pela Polícia Civil e pela Polícia Militar para
investigar o caso.
O diretor-geral da Polícia Civil negou que
facções criminosas tenham agido pelo incêndio. "O que consta até então é
que foi mesmo uma resolução do irmão da vítima; a motivação foi
exatamente esta: vingar a morte do irmão'', definiu o delegado.
Questionado
se Silva e o irmão tinham passagens pela polícia, Tucci afirmou que, no
caso de ambos, a passagem por tráfico de drogas havia sido na
adolescência. “O homicídio está sendo investigado pela divisão de
homicídios de Osasco, mas, por hora, não há ainda uma linha forte de
investigação”, resumiu o delegado seccional, conforme o qual a
participação do jovem assassinado em facções criminosas “é algo que
precisa ser investigado”.
Para Blazeck , contudo, o grande número
de disparos efetuados contra Edmílson são indício de execução. Se a
participação de policiais no assassinato também é investigada? ''Todas
as linhas estão abertas para se apurar. Vamos verificar o tipo de ação
--o número de disparos que a vítima recebeu é sinal de que não foi uma
simples discussão, mas um caso de execução, mesmo'', completou.
Suspeito foi atingido pelas chamas
Nas
imagens divulgadas pela polícia, além daquele que seria Silva, aparece
um segundo que é atingido pelas chamas. Investigadores fazem buscas por
hospitais da região na tentativa de localizar esse outro suspeito.
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