O Conselho de Segurança da ONU realizou uma reunião de emergência
sobre a situação na Síria após a denúncia da oposição sobre um ataque
com armas químicas que teria causado pelo menos 1.300 mortes nesta
quarta-feira nos arredores de Damasco.
O encontro, realizado a portas fechadas na sede central das Nações
Unidas em Nova York, foi convocado pela presidente do Conselho de
Segurança, Cristina Kirchner, a pedido de França, Reino Unido,
Luxemburgo, Coreia do Sul e Estados Unidos.
A reunião acontece depois da Coalizão Nacional Síria (CNFROS)
denunciar que pelo menos 1.300 pessoas morreram hoje supostamente por
causa de um ataque com armas químicas feito pelas forças do governo nos
arredores de Damasco, acusação negada pelas autoridades sírias de forma
imediata.
A Rússia, um dos cinco membros permanentes do Conselho que participa
das consultas e tradicional aliado do regime sírio, garantiu, por meio
do Ministério das Relações Exteriores em Moscou, que o ataque partiu das
posições ocupadas pelos rebeldes.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse estar "comovido" por
esta nova denúncia e informou que a missão de especialistas que está na
Síria para investigar outros supostos ataques negocia com as autoridades
analisar também este último incidente.
O regime de Damasco e Nações Unidas continuam discutindo "em
paralelo" outras possíveis denúncias de uso de armas químicas, tal como
foi acordado em julho, revelou um porta-voz da ONU, Eduardo de Buey, em
entrevista coletiva.
O secretário-geral, acrescentou o porta-voz, reafirmou novamente sua
determinação para que se chequem todas as denúncias e reiterou que se o
uso de armas químicas for confirmado seria uma violação das leis
internacionais.
Os rebeldes se queixaram hoje da passividade internacional, que,
segundo disse em Istambul o porta-voz da CNFROS, George Sabra,
interpretam como um respaldo ao regime de Bashar al Assad.
Já o regime sírio confirmou que lançou hoje uma grande ofensiva sobre
os bairros da periferia de Damasco controlados pelos rebeldes, mas
desmentiu que tenha utilizado armas químicas como denunciou a oposição.
Tanto o regime de Damasco como os insurgentes se acusaram
reciprocamente de empregar este tipo de armas na Síria, um dos sete
países que não assinou a Convenção sobre Armas Químicas de 1997.
Desde o início da guerra civil na Síria, em março de 2011, morreram
mais de 100 mil pessoas e quase sete milhões precisam de ajuda
humanitária de emergência, segundo os números mais recentes das Nações
Unidas.
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