O porta-voz da oposição síria, Louay Safi, criticou
neste sábado em entrevista à rede de TV Al Jazeera a decisão do
presidente americano, Barack Obama, de esperar a aprovação do Congresso
para iniciar uma ação militar na Síria. "Historicamente, quando o
presidente dos Estados Unidos vai ao ar, é para anunciar o início da
operação", afirmou. "Eu achei que ele diria ao mundo inteiro que iria
punir este regime brutal."
Definitivamente, as pessoas na Síria vão sentir que
isso é uma ação que vai encorajar as mortes a continuarem na Síria,
graças à falha do líder dos Estados Unidos
Louay Safi
Porta-voz da oposição síria
"Estou um pouco surpreso que o presidente americano foi
ao ar com autoridade legal e responsabilidade moral para responder aos
ataques químicos e passa isso para o Congresso", disse.
"Definitivamente, as pessoas na Síria vão sentir que isso é uma ação que
vai encorajar as mortes a continuarem na Síria, graças à falha do líder
dos Estados Unidos", afirmou o porta-voz.
Um representante do governo afirmou que o secretário de
Estado dos Estados Unidos, John Kerry, conversou com o líder da oposição
da Síria neste sábado para sublinhar a determinação dos EUA de
responsabilizar o governo sírio pelo uso de armas químicas.
Kerry falou com o presidente da Coalizão Opositora da
Síria, Ahmed Assi al-Jarba, para reforçar o compromisso do presidente
Barack Obama de "responsabilizar o regime Assad pelo uso de armas
químicas contra seu próprio povo em 21 de agosto", segundo um
funcionário de alto escalão do Departamento de Estado.
Kerry também conversou com o ministro do Exterior da Arábia Saudita e do Japão sobre a Síria.
Obama afirmou que vai pedir autorização do Congresso
apesar de dispor de amplos poderes legais para tomar uma ação militar -
atitude que defendeu no discurso de hoje. Ele já havia deixado claro que
acredita que os Estados Unidos devem fazer algo para responsabilizar o
governo sírio pelo ataque, porém legisladores expressaram reservas sobre
o custo e o impacto dos potenciais ataques, e o presidente afirmou o
apoio é importante para a democracia americana. A intervenção defendida
pelo presidente americano ocorre porque o uso de armas químicas
"representa um perigo à segurança nacional" e é "um assalto à dignidade
humana", nas palavras de Obama.
"Vou pedir autorização para o uso da força aos
representantes da população americana no Congresso. Teremos debate e
votação quando o Congresso retornar ao trabalho (no dia 9 de setembro,
após recesso)", disse o presidente americano em um pronunciamento no
Jardim da Casa Branca acompanhado do vice-presidente, Joe Biden.
"Estamos preparados para atacar quando quisermos", disse o democrata.
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