segunda-feira, 21 de outubro de 2013

EUA tentam acalmar franceses após denúncia de espionagem

Casa Branca diz que coleta de dados é feita do mesmo modo por 'todos os países'

O secretário de estado americano, John Kerry, durante uma conferência na Assembleia Geral da ONU
O secretário de Estado, John Kerry. Americano tentou acalmar os franceses (Eric Thayer/Reuters)
A Casa Branca respondeu nesta segunda-feira às queixas feitas pela França após nova denúncia de espionagem envolvendo a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês). "Já deixamos claro que os Estados Unidos recolhem informações de inteligência no exterior do mesmo modo que todos os países recolhem", afirmou a porta-voz Caitlin Hayden. "Como disse o presidente (Barack Obama) em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, começamos a revisar o modo com que obtemos informações para poder chegar a um equilíbrio entre as legítimas preocupações pela segurança de nossos concidadãos e aliados e as preocupações que todo o mundo compartilha a propósito da proteção de sua intimidade."
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As queixas da França foram feitas após reportagem do jornal Le Monde, com base em documentos revelados pelo ex-funcionário da NSA Edward Snowden, mostrar que entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro de 2013 a agência efetuou 70,3 milhões de gravações de dados telefônicos de franceses.
O secretário John Kerry, que chegou nesta segunda-feira a Paris para uma reunião com membros da Liga Árabe, também tentou acalmar os ânimos dos franceses, que exigiram a convocação do embaixador americano no país para que dê explicações.
Kerry reiterou que a França é um dos aliados mais antigos do país e que os EUA só agiram assim para garantir a segurança dos cidadãos americanos. “Proteger os nossos cidadãos no mundo atual é uma tarefa muita complicada e desafiadora”, disse, segundo declarações reproduzidas pela rede BBC. “Nosso objetivo é tentar achar o equilíbrio ideal entre proteger a privacidade e a segurança de nossos cidadãos.”
Espionagem - Os documentos revelados pelo Le Monde descrevem as técnicas utilizadas para obter dados secretos dos franceses. Quando, por exemplo, alguns números de telefone são discados na França, a gravação da conversa é iniciada automaticamente. Comunicações via SMS também são monitoradas automaticamente, com base em palavras-chave. Além de pessoas suspeitas de ligações com atividades terroristas, os documentos mostram que também estão no radar da NSA nomes do mundo empresarial, político e do governo francês.
"Estou profundamente escandalizado", declarou nesta segunda-feira em Copenhague o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault. Já o chanceler da França, Laurent Fabius, disse que "estas práticas (espionagem) entre aliados, que atentam contra a vida privada, são totalmente inaceitáveis. Temos que garantir rapidamente que não voltem a acontecer", completou Fabius.

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