quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Governo egípcio acusa Irmandade Muçulmana de rejeitar reconciliação

Cairo, 30 out (EFE).- O governo egípcio acusou nesta quarta-feira a Irmandade Muçulmana de rejeitar o processo de reconciliação no país, com operações de "desgaste social" desde a cassação do presidente islamita Mohammed Mursi em julho.
Em entrevista à agência oficial "Mena", o vice-primeiro-ministro e titular de Cooperação Internacional, Sayad Bahaeldin, afirmou que seu executivo é "consciente da importância da reconciliação".
"O que rejeita ou atrasa qualquer tipo de entendimento que possa chegar à reconciliação e a estabilidade para o povo egípcio é, até o momento, a liderança da Irmandade Muçulmana", ressaltou.
Segundo Bahaeldin, a confraria tem que definir se quer participar da cena política egípcia ou "continuar as operações de desgaste social", em alusão aos protestos dos últimos meses.
O vice-primeiro-ministro disse, além disso, que as medidas de segurança são importantes e necessárias, mas "não suficientes por si sós".
Estas medidas têm que estar acompanhadas de "uma solução política que estabeleça as condições para a participação de todos os partidos sem exclusão".
Suas declarações coincidiram hoje com novas protestos no Cairo dos partidários de Mursi e com a detenção do dirigente da Irmandade Muçulmana e vice-presidente do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), Esam el Arian.
Arian foi detido em um prédio no bairro cairota de Tagamu o Khamis e levado à prisão de Tora, onde estão presos vários dirigentes da organização islâmica.
A Procuradoria Geral decretou a prisão preventiva durante 30 dias do vice-presidente do PLJ, sobre o qual pesam várias acusações como incitar o homicídio premeditado de manifestantes durante os protestos de junho.
Arian era um dos poucos líderes da Irmandade Muçulmana que continuavam em paradeiro desconhecido desde a cassação militar de Mursi, membro da confraria até sua chegada ao poder.
Sua detenção acontece às vésperas do julgamento de Mursi por seu suposto envolvimento na morte de manifestantes em dezembro de 2012. EFE

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