terça-feira, 22 de outubro de 2013

Ministério Público identifica PMs que torturaram Amarildo

O Ministério Público do Rio de Janeiro informou nesta terça-feira (22/10) que foram identificados os quatro policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha que tiveram participação ativa na sessão de tortura do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, praticada ao lado do contêiner da unidade policial, que fica na zona sul da cidade. A promotora Carmem Elisa Bastos, do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), afirmou que as análises das vozes dos policiais acusados incriminaram o tenente Luiz Felipe Medeiros, o sargento Reinaldo Gonçalves e os soldados Maia e Douglas Vital como torturadores de Amarildo, que está desaparecido da comunidade desde o dia 14 de julho. O MP/RJ revelou ainda que outros 15 policiais militares foram denunciados pelo ministério e eles consta o nome de três mulheres. No total, são 25 acusados pelo crime.
Na coletiva realizada na manhã desta terça (22) no MP/RJ, foi anunciada a prisão preventiva de três PMs: os sargentos Reinaldo Gonçalves Ramos e Lourival Moreira e do soldado Vagner Gomes do Nascimento. Os outros 12 policiais denunciados foram afastados de suas funções. Os PMs foram enquadrados nos crimes de tortura, formação de quadrilha e ocultação de cadáver e a pena vai variar de nove a 36 anos de prisão. O MP obteve na Justiça parecer favorável no pedido de transferência do ex-comandante da UPP da Rocinha, major Edson dos Santos, e do ex-subcomandante, o tenente Medeiros, da Unidade Especial Prisional (UEP) para o presídio Bangu 8. Eles estão presos com outros oito policiais militares acusados do crime.
Segundo a promotora Carmem Elisa Bastos, a perícia de vozes revelou que esses quatro PMs participaram ativamente das torturas das quais Amarildo foi submetido, com inclui choques, asfixia com sacos e uma tática conhecida como "submarino", onde a cabeça da vítima é mantida mergulhada num recipiente com água. A promotora disse que outros policiais estavam presentes no local, mas não foi possível identifica-los nas análises das vozes.
A promotora Carmem Elisa disse que o crime pode destruir com a imagem das UPPs, que têm a função de retomar a cidadania das comunidades atendidas. Ela comentou ainda que os PMs criaram uma farsa para tentar encobrir o crime e enganar a Justiça.

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