O Ministério Público do Rio de Janeiro informou nesta terça-feira
(22/10) que foram identificados os quatro policiais militares da Unidade
de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha que tiveram participação ativa
na sessão de tortura do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza,
praticada ao lado do contêiner da unidade policial, que fica na zona sul
da cidade. A promotora Carmem Elisa Bastos, do Grupo de Atuação
Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), afirmou que as análises das
vozes dos policiais acusados incriminaram o tenente Luiz Felipe
Medeiros, o sargento Reinaldo Gonçalves e os soldados Maia e Douglas
Vital como torturadores de Amarildo, que está desaparecido da comunidade
desde o dia 14 de julho. O MP/RJ revelou ainda que outros 15 policiais
militares foram denunciados pelo ministério e eles consta o nome de três
mulheres. No total, são 25 acusados pelo crime.
Na coletiva
realizada na manhã desta terça (22) no MP/RJ, foi anunciada a prisão
preventiva de três PMs: os sargentos Reinaldo Gonçalves Ramos e Lourival
Moreira e do soldado Vagner Gomes do Nascimento. Os outros 12 policiais
denunciados foram afastados de suas funções. Os PMs foram enquadrados
nos crimes de tortura, formação de quadrilha e ocultação de cadáver e a
pena vai variar de nove a 36 anos de prisão. O MP obteve na Justiça
parecer favorável no pedido de transferência do ex-comandante da UPP da
Rocinha, major Edson dos Santos, e do ex-subcomandante, o tenente
Medeiros, da Unidade Especial Prisional (UEP) para o presídio Bangu 8.
Eles estão presos com outros oito policiais militares acusados do crime.
Segundo
a promotora Carmem Elisa Bastos, a perícia de vozes revelou que esses
quatro PMs participaram ativamente das torturas das quais Amarildo foi
submetido, com inclui choques, asfixia com sacos e uma tática conhecida
como "submarino", onde a cabeça da vítima é mantida mergulhada num
recipiente com água. A promotora disse que outros policiais estavam
presentes no local, mas não foi possível identifica-los nas análises das
vozes.
A promotora Carmem Elisa disse que o crime pode destruir
com a imagem das UPPs, que têm a função de retomar a cidadania das
comunidades atendidas. Ela comentou ainda que os PMs criaram uma farsa
para tentar encobrir o crime e enganar a Justiça.
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