O jornalista americano Glenn Greenwald deu indícios neste domingo de que novas revelações sobre a espionagem feita pela Agência Nacional
de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) serão
divulgados nesta segunda-feira. Conhecido mundialmente após uma série de
reportagens baseadas nos dados sigilosos vazados pelo ex-agente da NSA
Edward Snowden, Gleenwald afirmou, em sua página no Twitter, que "um
grande país" descobrirá nesta segunda-feira que seus cidadãos foram
monitorados pela agência americana.
"Mais um
grande país descobrirá, amanhã de manhã, quantos milhões de seus
cidadãos tiveram seus dados de comunicação interceptados pela NSA",
disse Greenwald, sem especificar o país ou a publicação que fará as
revelações. As únicas
pistas dadas pelo jornalista foram negativas a perguntas de internautas
sobre a França e a Índia - países que já foram citados em reportagens
anteriores.
Escutas na Alemanha
Neste fim de semana, reportagem do jornal alemão Bild am Sonntag afirmou que o presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama, foi informado pessoalmente que o telefone celular
da chanceler alemã Angela Merkel estava sob escuta, uma espionagem que
pode ter começado em 2002. Segundo a reportagem, fontes da inteligência
americana afirmaram que o diretor da NSA, Keith Alexander, revelou a
operação contra Merkel em 2010. "Obama não encerrou a operação, e sim
permitiu que continuasse", destaca o jornal, que também cita um alto
funcionário da NSA.
A revista Der Spiegel informa na
edição desta semana que documentos da NSA revelaram que o telefone de
Merkel figurava em uma lista de alvos que deveriam ser espionados desde
2002, e permanecia sob vigilância poucas semanas semanas antes da visita
de Obama a Berlim em junho. O escândalo de espionagem levou os
dirigentes europeus a exigir um novo acordo com os Estados Unidos sobre a
obtenção de informações de inteligência, ao mesmo tempo em que
prossegue a luta contra o terrorismo.
Em resposta
à reportagem, a NSA desmentiu as informações e garantiu que, em nenhum
momento, Obama foi informado de uma eventual espionagem a Merkel. O
diretor da NSA, general Keith Alexander, "não falou com o presidente
Obama em 2010 sobre uma suposta operação de inteligência que envolveria a
chanceler Merkel e nunca falou de qualquer operação que a envolvesse.
As versões da imprensa que asseguram o contrário não são corretas",
afirma um porta-voz da agência.
A Alemanha enviará altos
funcionários do serviço de inteligência aos Estados Unidos na próxima
semana para exigir respostas sobre as acusações de que os serviços
secretos americanos monitoravam o celular de Merkel, um caso que ameaça
afetar as relações transatlânticas.
Na quarta-feira passada,
Merkel questionou Obama por telefone sobre o caso e afirmou que espionar
aliados seria um "abuso de confiança" entre sócios internacionais. Após
as acusações, o governo alemão convocou o embaixador americano, uma
iniciativa sem precedentes entre os dois aliados.
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