O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou hoje (24) que
pedirá à Assembleia Nacional para criar uma comissão da verdade com o
objetivo de investigar as mortes ocorridas nas duas últimas semanas, em
meio aos protestos e às marchas que ocorreram no país. Ele informou que
também convocará a oposição para participar da comissão. O governo
contabiliza 11 mortes, embora a imprensa local registre 13.
“Com
esta comissão, vamos investigar a fundo o que aconteceu durante este
intento de golpe fascista e descobrir quem foram os autores dos
assassinatos cometidos aqui”, disse a uma multidão de motociclistas em
frente ao Palácio de Miraflores (sede do governo), em Caracas.
Na
manifestação, os motociclistas pediram paz e a união do país, assim como
expressaram repudio às ações violentas dos últimos dias. A direita
venezuelana atribui a grupos motorizados (coletivos) socialistas que
apoiam o governo Maduro a responsabilidade por disparos contra
manifestantes e mortes nos protestos realizados desde o dia 12 de
fevereiro.
Os motociclistas foram às ruas hoje para protestar
contra a acusação e declarar apoio ao governo. Para os governistas, os
motorizados que disparam contra manifestantes são grupos de extrema
direita infiltrados.
Maduro disse que, além dos óbitos por
disparos, pelo menos 30 pessoas morreram porque não puderam ser
encaminhadas aos hospitais por causa das chamadas guarimbas (bloqueios
de ruas e rodovias com lixo e entulhos) que manifestantes fizeram em
diversas regiões do país.
O presidente Nicolás Maduro se reunirá
nesta tarde com governadores no Conselho Federal de Governo. A presença
de opositores como Henrique Capriles, governador do estado de Miranda, é
esperada. No sábado (22), Capriles confirmou participação no encontro.
Na reunião, Maduro deverá discutir a crise política e pedir apoio para a
realização da Conferência Nacional de Paz, prevista para quarta-feira
(26).Ele também deve conversar sobre o carnaval, já que algumas
prefeituras de oposição anunciaram que não vão promover a festa este
ano, por causa das mortes ocorridas nas últimas semanas. Em Chacao,
capital de Miranda, o prefeito opositor, Ramón Muchacho, chegou a
anunciar em sua conta no Twitter que não organizará festividades. "Não
estamos para celebrações", escreveu. Posicionamentos semelhantes foram
adotados em Maracaibo, no Sucre e em Barinas.
Entretanto, enquanto estava hoje com os motoqueiros, Maduro defendeu que as festividades ocorram normalmente.
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