Em visita ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), na manhã desta
sexta-feira, para cobrar mais agilidade no julgamento de seis processos
contra o prefeito Adail Pinheiro (PRP), a presidente da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) de combate à exploração sexual de
crianças e adolescentes, deputada Erika Kokay (PT-DF), chamou a Justiça
amazonense de "frouxa" e irritou o desembargador Ari Moutinho,
presidente do tribunal.
"A morosidade no Tribunal de Justiça do
Amazonas é evidente. Contra o prefeito Adail há processos dormitando há
anos. Enquanto isso, muitas crianças têm sido vitimas dos abusos pela
morosidade do poder judiciário. É uma demonstração de frouxidão do
Estado e da própria lei aqui no Amazonas que não pode ser admitido",
disse Kokay.
"Que ela comprove! A Justiça do Amazonas é altiva,
ativa e confiável, como todo o Poder Judiciário brasileiro. Nós
reconhecemos que há falhas, mas dizer que ela é frouxa, ela não é",
disparou o desembargador Ari Moutinho, presidente do TJ-AM, em resposta
as declarações da presidente da CPI de combate a exploração sexual de
crianças e adolescentes.
Segundo Moutinho, a corregedoria do
tribunal está investigando se há problemas na tramitação das ações
penais que envolvem o prefeito de Coari. "Já mandei apurar e identificar
os magistrados que não foram diligentes no trato das ações contra Adail
Pinheiro", finalizou o desembargador.
Cobranças
As
deputadas que integram a CPI também cobraram as autoridades estaduais.
Segundo Erika Kokay, o governo do Amazonas não tem se posicionado sobre
os abusos em Coari. "Achamos absolutamente injustificável a mudez do
Estado, que deveria se posicionar, porque, em Coari, não existe mais um
Estado democrático de direito, mas sim um Estado de terror", declarou a
parlamentar.
"É impossível que um homem como ele (Adail),
que já foi preso, seja blindado por autoridades. Isso é inadmissível.
Cadê o Tribunal de Justiça desse Estado? Cadê o governador? Cadê os
senadores? Cadê os deputados federais desse Estado que não vimos aqui
dar apoio a essas investigações?", questionou a relatora da CPI,
deputada Liliam Sá (Pros-RJ).
Procurado para comentar as
declarações das parlamentares que compõem a CPI, o governador do
Amazonas, Omar Aziz (PSD), informou, por meio da Agência de Comunicação
do Estado (Agecom), que irá se posicionar em momento oportuno.
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