sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Presidente de CPI contra exploração sexual chama TJ-AM de 'frouxo'

Em visita ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), na manhã desta sexta-feira, para cobrar mais agilidade no julgamento de seis processos contra o prefeito Adail Pinheiro (PRP), a presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, deputada Erika Kokay (PT-DF), chamou a Justiça amazonense de "frouxa" e irritou o desembargador Ari Moutinho, presidente do tribunal.
"A morosidade no Tribunal de Justiça do Amazonas é evidente. Contra o prefeito Adail há processos dormitando há anos. Enquanto isso, muitas crianças têm sido vitimas dos abusos pela morosidade do poder judiciário. É uma demonstração de frouxidão do Estado e da própria lei aqui no Amazonas que não pode ser admitido", disse Kokay.
"Que ela comprove! A Justiça do Amazonas é altiva, ativa e confiável, como todo o Poder Judiciário brasileiro. Nós reconhecemos que há falhas, mas dizer que ela é frouxa, ela não é", disparou o desembargador Ari Moutinho, presidente do TJ-AM, em resposta as declarações da presidente da CPI de combate a exploração sexual de crianças e adolescentes.
Segundo Moutinho, a corregedoria do tribunal está investigando se há problemas na tramitação das ações penais que envolvem o prefeito de Coari. "Já mandei apurar e identificar os magistrados que não foram diligentes no trato das ações contra Adail Pinheiro", finalizou o desembargador.
Cobranças
As deputadas que integram a CPI também cobraram as autoridades estaduais. Segundo Erika Kokay, o governo do Amazonas não tem se posicionado sobre os abusos em Coari. "Achamos absolutamente injustificável a mudez do Estado, que deveria se posicionar, porque, em Coari, não existe mais um Estado democrático de direito, mas sim um Estado de terror", declarou a parlamentar.
"É impossível que um homem como ele (Adail), que já foi preso, seja blindado por autoridades. Isso é inadmissível. Cadê o Tribunal de Justiça desse Estado? Cadê o governador? Cadê os senadores? Cadê os deputados federais desse Estado que não vimos aqui dar apoio a essas investigações?", questionou a relatora da CPI, deputada Liliam Sá (Pros-RJ).
Procurado para comentar as declarações das parlamentares que compõem a CPI, o governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), informou, por meio da Agência de Comunicação do Estado (Agecom), que irá se posicionar em momento oportuno.

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