quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Exército ucraniano autorizado a usar armas contra civis

O presidente da Ucrânia está a apertar o cerco à oposição e a dar sinais à comunidade internacional que não vai ceder, mesmo perante às sanções que a UE pode aprovar esta quinta-feira. Ianukovitch ordenado uma operação "antiterrorista", substituiu o chefe das Forças Armadas e, mesmo contra a Consitituição do país, autorizou o exército ucraniano a fazer uso das armas contra civis e restringir a circulação de pessoas.
 
foto SANDRO MADDALENA/AFP
Exército ucraniano autorizado a usar armas contra civis
Manifestantes em Kiev preparam "armas"
 
"Os grupos extremistas e radicais ameaçam com as suas ações a vida de milhões de ucranianos", indicaram os serviços de segurança, num comunicado. "Neste contexto, os serviços de segurança e o centro antiterrorista da Ucrânia decidiram lançar em todo o território ucraniano uma operação antiterrorista", afirmou o diretor dos serviços, Oleksandr Yakimenko, citado na nota informativa.
Pouco depois, um decreto presidencial anunciava também a substituição do chefe do Estado-maior do Exército.
O chefe de Estado ucraniano nomeou Iouri Iliine para o cargo, em substituição de Volodymyr Zamana, segundo o decreto, que não fornece mais informações, nomeadamente as razões que desencadearam a decisão presidencial.
Mais tarde foi a vez do Ministério da Defesa anunciar que "as tropas têm o direito de usar as suas armas no âmbito da operação antiterrorista". Os soldados também têm o direito de "limitar, proibir a circulação de transportes e peões e realizar controlos de identidade e prender pessoas que cometam atos ilegais".
De acordo com o Ministério da Defesa, o principal objetivo da operação antiterrorista é "proteger os civis e evitar uma guerra civil".
Todas as estações do metro de Kiev estão fechadas desde terça-feira e a circulação automóvel está condicionada no centro da capital, perto de Maidan (Praça da Independência), praça central da cidade, ocupada há cerca de três meses pelos manifestantes antigovernamentais.
A circulação nas estradas em direção a Kiev está igualmente limitada desde terça-feira à noite.
Os recentes acontecimentos têm suscitado a condenação da comunidade internacional, nomeadamente na Europa, onde várias vozes já admitiram a possibilidade de impor sanções contra os responsáveis pela repressão.
De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde ucraniano, os confrontos fizeram pelo menos 26 mortos e 241 feridos hospitalizados, incluindo 79 polícias e cinco jornalistas.
Pelo menos 10 polícias figuram entre as vítimas mortais, indicou o Ministério do Interior ucraniano.

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