A Delegacia Especializada de Repressão às Condutas Discriminatórias
em Teresina (PI) abriu inquérito policial para investigar a denúncia da
suposta atuação de um grupo intitulado "irmandade homofóbica", que pede
morte aos gays no Piauí. O grupo está distribuindo bilhetes nos quais
usa o símbolo do nazismo.
Dados mais recentes, de 2012, revelam
que o Piauí é terceiro Estado com mais mortes por homofobia, com 15
assassinatos contra os homossexuais no período.
A denúncia foi
feita pelo grupo Matizes, entidade que trabalha em defesa dos direitos
de lésbicas, gays, bissexuais e travestis (LGBT) do Piauí. Os
representantes da entidade entregaram um dos bilhetes que circulam na
capital piauiense no qual o grupo divulga um número de celular e pede
que as pessoas se filiem à irmandade. A equipe do Terra telefonou
para o número, mas estava desligado. O bilhete pede “morte aos
homossexuais” e assina com “IMHO Irmandade Homofóbica”.
O delegado
Sebastião Escórcio, titular da Delegacia Especializada de Repressão às
Condutas Discriminatórias, informou que pedirá a quebra de dados
telefônicos para chegar aos autores do crime. “É preocupante, já que o
grupo usa a cruz do nazismo e prega o crime de ódio. Vamos enquadrá-los
na apologia ao nazismo, que tem penas mais duras, e ao crime ligado a
orientação sexual”, disse o delegado.
Marinalva Santana, do
Matizes, disse que o grupo não tinha conhecimento da atuação dessa
irmandade homofóbica. “Recebemos a denúncia de uma empresária do ramo de
estética que emprega homossexuais e que recebeu o bilhete”, contou.
Ela
ressaltou que Teresina é uma das capitais com maiores índices de
violência contra gays, lésbicas e travestis e que a denúncia precisa ser
apurada. “Eles estão tão audaciosos que divulgam até um número de
celular e pedem a filiação de pessoas. Isso é um crime grave e que
merece atenção das autoridades”, pediu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário