Duas irmãs que foram estupradas por um vizinho há 40 anos desejam que sua história inspire outros a falar.
Debbie Grafham e Lorraine Delgiudice tinham nove
e sete anos respectivamente quando Patrick Ryan começou a abusá-las
sexualmente em 1973.Ryan foi condenado a 12 anos de prisão em junho deste ano.
'Caladas por muito tempo'
Grafham disse que se manteve calada por muito tempo.O juiz descreveu a experiência das irmãs como extremamente penosa, e disse que elas deveriam ser parabenizadas por contar suas histórias e transformar suas vidas.
As irmãs - que renunciaram ao seu direito ao anonimato - vieram a público com as revelações sobre Ryan no final de 2011 e início de 2012.
"Foi um inferno. Ele prometeu que se eu deixasse ele tocar em mim não abusaria mais da minha irmã", contou Grafham. "Mas ele mentiu, porque eu o flagrei com a minha irmã diversas vezes."
"Nós ficamos caladas por muito tempo, e uma vez que a história se tornou pública eu só queria que a justiça fosse feita", ela acrescentou.
Delgiudice disse: "Ele agora foi punido, é um alívio para mim. Eu não tenho mais que carregar isso comigo."
'Horrível e traumatizante'
Pete Saunder, da Associação Nacional de Pessoas Abusadas na Infância, disse: "Esse caso envia uma mensagem muito clara para a sociedade de que os sobreviventes de abuso não esquecem o que aconteceu com eles, e que os agressores terão que pensar duas vezes no futuro."Pete Thomas, da Polícia Metropolitana de Londres, disse que "o sofrimento que essas duas mulheres viveram quando crianças foi horrível e traumatizante."
"Foi necessário muita coragem e determinação para contar o que aconteceu depois de tantos anos, e ver justiça ser feita levando à condenação de Ryan."
"Ryan é um pedófilo condenado que vai agora ser monitorado pelo resto de sua vida como um agressor sexual registrado."
Ryan foi condenado em abril, acusado de estupro, tentativa de estupro, e de atentado violento ao pudor.
Na Grã-Bretanha não há prescrição (perda de direito de ação penal após tempo determinado) para crimes de abuso sexual.
No Brasil, a contagem para a prescrição só começa na data em que a vítima fizer 18 anos, caso o Ministério Público não tenha antes aberto ação penal contra o agressor, e a lei permite que a ação seja iniciada até 20 anos depois da vítima completar a maioridade.
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