segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Número de vítimas de ataques no Iraque se aproxima de pico de 2008

Os últimos atentados a bomba que sacudiram Bagdá estão gerando temores de que o Iraque volte a passar por uma onda de violência semelhante à de 2008, quando mais de 6,7 mil pessoas morreram.
Uma série de explosões com carros-bomba na hora do rush da manhã nesta segunda-feira matou um total de ao menos 41 pessoas e feriu mais de 130 na capital iraquiana.
Foram 13 ataques que tiveram como alvo mercados e estacionamentos em distritos com maioria xiita da cidade. Em um dos mais sangrentos, sete pessoas morreram e 75 ficaram feridas em uma feira movimentada no bairro de Cidade Sadr, no leste da capital.
Desde o início do ano, quase cinco mil pessoas morreram em episódios de violência semelhantes no Iraque, segundo dados das Nações Unidas.

Violência sectária

Nenhum grupo assumiu a autoria dos atentados desta segunda-feira, mas insurgentes sunitas têm sido apontados como autores de episódios similares ocorridos recentemente.
O ministro do Interior acusou rebeldes ligados à al-Qaeda de explorar divisões políticas e conflitos regionais para disseminar a violência.
Desde 2008, o número de mortes em atentados no Iraque vinha diminuindo até atingir 2,7 mil em 2011. Em 2012, voltou a aumentar, fechando o ano com 3,2 mil mortes.
A onda de violência aumentou em abril, quando o governo realizou uma incursão armada contra um acampamento sunita montado como forma de resistência ao governo no norte da capital.
Incursões desse tipo, visando supostos esconderijos da al-Qaeda em distritos sunitas de Bagdá, teriam aumentado o ressentimento dessa parcela da população.
Muitos muçulmanos da minoria sunita se sentem excluídos da tomada de decisões e dizem sofrer abusos por parte das forças de segurança.
No dia 21 de setembro, 60 pessoas haviam sido mortas em um velório em Cidade Sadr.

Síria

Segundo o repórter da BBC no Iraque Rafid Jaboori, o aumento da violência no Iraque ocorre em um momento em que um processo político que poderia pacificar o país avança com dificuldade.
Há duas semanas, líderes de um grupo formado pelos principais partidos do país assinaram um acordo com o objetivo de frear a violência.
Eles o chamaram de “código de honra”, mas o acordo não impediu que novos atentados ocorressem.
Depois dos atentados desta segunda-feira, o porta-voz do Ministério do Interior disse a Jaboori que a violência na Síria estava já se fazendo sentir no Iraque. O porta-voz disse que o desafio de pacificar o Iraque é imenso, e o processo político instável só o torna mais difícil.
A Al-Qaeda no Iraque, um grupo extremista sunita, já assumiu responsabilidade pela maioria dos ataques contra áreas xiitas. Entretanto, nenhum partido político ligado aos sunitas tem respaldado o uso de violência contra os xiitas.

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