segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Tribunal egípcio proíbe atividades da Irmandade Muçulmana

Um tribunal egípcio baniu nesta segunda-feira a Irmandade Muçulmana de conduzir quaisquer atividades no país e ordenou o confisco dos recursos do grupo, aprofundando uma campanha para enfraquecer o movimento islâmico do presidente deposto Mohamed Mursi.
"A corte bane as atividades da organização Irmandade Muçulmana e de sua organização não governamental, e todas as atividades que possa tomar parte e qualquer organização derivada dessas atividades", proferiu o juiz Mohamed al-Sayed.
A corte ordenou o governo a confiscar os fundos da Irmandade e administrar seus ativos congelados.
A decisão não mencionou especificamente o braço político da Irmandade, o Partido Liberdade e Justiça.
Mas, segundo a agência de notícias estatal, o porta-voz do Partido Liberdade e Justiça, Hamza Zawbaa, disse que a legenda rejeitou a decisão e vai recorrer.
"O que está acontecendo com a Irmandade reflete um retorno do estado policial após sua remoção com a revolução de 25 de janeiro", disse ele, referindo-se à revolta que derrubou o autocrata Hosni Mubarak, em 2011.
O governo apoiado pelo Exército promove a maior perseguição em décadas contra o grupo islâmico, que diz ter um milhão de membros. Forças de segurança mataram centenas de seus apoiadores e perseguiram outros milhares desde a deposição de Mursi pelo Exército em julho, após grandes manifestações contra seu governo.
A Irmandade venceu eleições parlamentares e presidenciais após a derrubada do antigo autocrata Hosni Mubarak, em 2011. A decisão do tribunal também levanta a possibilidade de alguns membros da Irmandade perderem a fé na resistência pacífica e começarem a pegar em armas contra o governo.
A derrubada de Mursi pelo chefe do Exército, Abdel al-Sisi, provocou uma crise política no país mais populoso do mundo árabe. A Irmandade insiste que houve um golpe militar para derrubá-la do poder.
Mohamed Ali, uma autoridade da Irmandade, disse: "A decisão não vai nos impedir de continuar nossa resistência pacífica ao golpe de Estado".

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