Um tribunal egípcio baniu nesta segunda-feira a Irmandade Muçulmana
de conduzir quaisquer atividades no país e ordenou o confisco dos
recursos do grupo, aprofundando uma campanha para enfraquecer o
movimento islâmico do presidente deposto Mohamed Mursi.
"A corte bane as atividades da organização Irmandade Muçulmana e de
sua organização não governamental, e todas as atividades que possa tomar
parte e qualquer organização derivada dessas atividades", proferiu o
juiz Mohamed al-Sayed.
A corte ordenou o governo a confiscar os fundos da Irmandade e administrar seus ativos congelados.
A decisão não mencionou especificamente o braço político da Irmandade, o Partido Liberdade e Justiça.
Mas, segundo a agência de notícias estatal, o porta-voz do Partido
Liberdade e Justiça, Hamza Zawbaa, disse que a legenda rejeitou a
decisão e vai recorrer.
"O que está acontecendo com a Irmandade reflete um retorno do estado
policial após sua remoção com a revolução de 25 de janeiro", disse ele,
referindo-se à revolta que derrubou o autocrata Hosni Mubarak, em 2011.
O governo apoiado pelo Exército promove a maior perseguição em
décadas contra o grupo islâmico, que diz ter um milhão de membros.
Forças de segurança mataram centenas de seus apoiadores e perseguiram
outros milhares desde a deposição de Mursi pelo Exército em julho, após
grandes manifestações contra seu governo.
A Irmandade venceu eleições parlamentares e presidenciais após a
derrubada do antigo autocrata Hosni Mubarak, em 2011. A decisão do
tribunal também levanta a possibilidade de alguns membros da Irmandade
perderem a fé na resistência pacífica e começarem a pegar em armas
contra o governo.
A derrubada de Mursi pelo chefe do Exército, Abdel al-Sisi, provocou
uma crise política no país mais populoso do mundo árabe. A Irmandade
insiste que houve um golpe militar para derrubá-la do poder.
Mohamed Ali, uma autoridade da Irmandade, disse: "A decisão não vai
nos impedir de continuar nossa resistência pacífica ao golpe de Estado".
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