quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Com bancada de até 35 deputados, Solidariedade deve apoiar candidatura de Aécio

Nos próximos dias, legenda vai oficializar o ingresso de parlamentares e definir políticos que disputarão as eleições de 2014

Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical e deputado federal do PDT-SP
Deputado Paulo Pereira Da Silva, uma das lideranças do partido Solidariedade (Sergio Lima/Folha imagem)
Depois de ter o aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o novo partido Solidariedade estima que conseguirá montar uma bancada de até 35 deputados federais. Com projeções de poder controlar pouco mais de dois minutos de propaganda eleitoral no rádio e na televisão, a sigla pretende agora intensificar as negociações para integrar o bloco de apoio à candidatura do tucano Aécio Neves à Presidência da República.
Em um primeiro momento, a legenda vai utilizar os próximos nove dias para oficializar o ingresso de parlamentares e definir os políticos que vão disputar cargos eletivos nas eleições de 2014. O perfil dos futuros filiados é que vai delinear as negociações em torno da candidatura de Aécio. Conforme a lei eleitoral, para concorrer, o político precisa estar filiado a um partido pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições majoritárias.
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“O primeiro trabalho que estamos fazendo é verificar os parlamentares que vão se filiar também nos estados. Quais são os deputados candidatos estaduais e também a outros cargos. Temos até o dia 4 para filiar aqueles que querem ser deputados federais, estaduais, governador e senador”, disse o deputado Paulo Pereira da Silva, que atuou como o principal artífice para a criação do Solidariedade.
Depois de montar a lista de candidatos, a legenda começará a organizar diretórios estaduais e ampliar a capilaridade da sigla. A primeira reunião após o registro oficial do partido, realizada nesta quarta-feira, teve a presença de 24 deputados.
Nas votações no Congresso, a ideia inicial do Solidariedade é se classificar como “independente” e votar apenas de forma pontual, a depender do projeto, conforme orientação do Palácio do Planalto. Ainda assim, o deputado Paulo Pereira da Silva vai defender junto à futura bancada a possibilidade de o partido integrar a ala oposicionista ao governo.
Resistência – A criação do Solidariedade e do PROS (Partido Republicano da Ordem Social) acendeu o sinal amarelo nos principais partidos no Congresso Nacional. Eles temem perder os seus quadros para as novas agremiações.
Depois de o PMDB ter anunciado publicamente que vai entrar na justiça contra filiados que migrarem, sem justa causa, para outros partidos, o líder peemedebista na Câmara, Eduardo Cunha, defendeu que se acabe com a “farra partidária” e com a criação indiscriminada de partidos políticos. “Precisamos acabar com essa festa. Acho que aumenta o descrédito em geral com os partidos políticos. O partido político, que é uma representação de parte da sociedade, tem que se formar pelas urnas, e não por uma transferência ou por uma criação cartorial”, disse Cunha.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), por sua vez, afirmou que “um dia tem que parar” a criação frequente de novos partidos. “Vamos para 32 partidos. Está impossível se organizar uma democracia forte, consolidada com partidos programáticos com um número desses de partidos”, afirmou.

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