segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Capitão do Costa Concordia culpa timoneiro por naufrágio em julgamento na Itália

Francesco Schettino diz que foi transformado em bode expiatório da tragédia que deixou 32 mortos

O capitão do navio Costa Concordia , que naufragou na Itália no ano passado, responsabilizou o timoneiro por não conseguir realizar uma manobra corretiva que, segundo ele, teria evitado o choque da embarcação contra uma barreira de corais.
Francesco Schettino participou nesta segunda-feira (23) de uma audiência no julgamento em que é acusado por negligência. Trinta e duas pessoas morreram na tragédia em 13 de janeiro de 2012. Na semana passada, o navio, que estava tombado na costa italiana, foi erguido em uma complexa operação de engenharia .
AP
Capitão Francesco Schettino deixa tribunal após audiência em Grosseto, Itália
Críticos acusam Schettino de ser um covarde por ter abandonado o navio antes que todos os passageiros e tripulantes tivessem conseguido se salvar. Mas Schettino insiste que ele se tornou um bode expiatório, e que erros de outros membros da tripulação e problemas mecânicos do navio agravaram a tragédia na ilha toscana de Giglio.
O Concordia se chocou contra uma barreira de corais e naufragou parcialmente quando Schettino tentou se aproximar da ilha de Giglio. Ele realizou uma manobra arriscada para chegar bem próximo à ilha e impressionar os passageiros com uma visão mais interessante do local.
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Schettino falou perante o tribunal que no momento em que o Concordia chegou perto da costa de Giglio, ele ordenou que o timoneiro dirigisse o leme para a esquerda, mas que ele reagiu muito lentamente e deslocou o navio para direita.
"Se não fosse pelo erro do timoneiro (...) a colisão não teria acontecido", disse Schettino, que pode ser condenado a até 20 anos de prisão. Schettino também disse que a presença dos corais não estava indicada nos gráficos e que a empresa deveria ser responsabilizada pelo acidente.
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Segundo investigadores, problemas de comunicação entre o capitão italiano e o timoneiro da Indonésia podem ter influenciado no erro na manobra. O timoneiro, Jacob Rusli Bin, é um dos cinco funcionários da Costa Cruzeiros que venceram uma apelação e enfrentaram um processo separado. Ele foi condenado a um ano e oito meses de prisão, mas não deve cumprir a sentença atrás das grades.
"O gerador de energia - e outros equipamentos são fundamentais para entender o que aconteceu naquela noite", disse o advogado de Schettino, Francesco Pepe, antes de entrar no tribunal. "Queremos entender por que eles não funcionaram."

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