sábado, 21 de setembro de 2013

Síria envia dados de armas químicas a órgão internacional

A Organização para a Prevenção de Armas Químicas (Opaq) informou neste sábado ter recebido as informações da Síria a respeito de seu arsenal químico, no mesmo dia em que vencia o prazo do país árabe para fazê-lo.
"Confirmamos ter recebido a divulgação esperada do governo sírio a respeito de seu programa de armas químicas", declarou a Opaq, responsável por supervisionar o cumprimento internacional do tratado antiarmamento químico.
A Síria entregara os primeiros dados na sexta-feira - como parte de um acordo mediado por EUA e Rússia -, mas a Opaq havia considerado as informações insuficientes e cobrara mais abertura.
"O secretariado técnico (da entidade) está no momento revendo a informação recebida", informou neste sábado a entidade.
Estima-se que a Síria tenha mil toneladas de toxinas químicas em seu poder, e esses armamentos ficaram em evidência após o recente ataque de 21 de agosto no país.
Na última segunda-feira, a ONU confirmou em relatório que o gás tóxico sarin foi usado durante a ofensiva na área de Ghouta, em Damasco, mas não esclareceu a autoria do ataque.
Países como Estados Unidos, França e Reino Unido culparam o governo sírio pelo ataque, mas a Rússia - importante aliada do regime síria - diz ter motivos para acreditar que a responsabilidade é de grupos rebeldes.

Gesto

Suposto armamento químico na Síria (Foto: BBC)
Estima-se que Síria tenha mil toneladas de toxinas químicas (Foto: BBC)
O analista de assuntos internacionais da BBC Paul Adams ressaltou, na sexta-feira, que o gesto sírio deve acalmar a comunidade internacional, mesmo antes de cumprir com os padrões da Opaq.
"Junto com a ratificação síria ao tratado contra armas químicas, no fim de semana passado, isso é um indicativo de que o regime de Bashar al-Assad está pronto para cooperar, mesmo que em seu próprio ritmo. Enquanto a comunidade internacional sentir que a Síria está cooperando, ainda que de forma relutante, é improvável que o regime seja bombardeado."
O acordo mediado por Estados Unidos e Rússia almeja enviar inspetores à Síria em novembro, para avaliar e supervisionar a destruição de alguns armamentos químicos.
A destruição do arsenal sírio seria completada em meados de 2014, mas o cronograma ainda depende de acordo entre os membros da Opaq, que devem votá-lo na semana que vem.
Depois, o plano terá de passar pelo crivo do Conselho de Segurança da ONU. No entanto, os cinco membros do órgão (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) ainda discutem o teor de uma resolução a respeito do assunto, e Moscou rejeita qualquer ameaça de uso de força contra Damasco.

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