Os chefes de Estado e de Governo do G7 decidiram hoje (24) não
participar em reuniões com a Rússia, no formato G8, até que Moscou “mude
de posição” em relação à Ucrânia.
“Vamos suspender a nossa
participação no G8 até que a Rússia mude de posição”, diz comunicado dos
líderes dos sete países e que confirma a suspensão da reunião do G8 que
estava agendada para julho, na cidade russa de Sochi.
“Vamos nos
reunir no novo formato G7 no mês de junho, em Bruxelas, para discutir a
ampla agenda que temos em conjunto”, declararam também os líderes da
França, do Reino Unido, da Itália, da Alemanha, dos Estados Unidos, do
Canadá e do Japão.
A reunião do G7 foi convocada pelo presidente
norte-americano, Barack Obama, durante a cúpula sobre segurança nuclear,
na Holanda. Os países reuniram-se para a adoção de uma posição comum em
relação à Rússia, após a intervenção de Moscou na Península da Crimeia,
e suspenderam outras reuniões previstas com a Rússia.
Foi
suspensa a reunião de ministros de Negócios Estrangeiros do G8, prevista
para abril, e que devia decorrer sob a presidência da Rússia, assim
como foi anunciado um encontro dos ministros de Energia dos sete países
para “discutir o reforço da segurança energética coletiva”.
O
comunicado indica também que o G8 irá reunir-se com base em
“responsabilidades conjuntas”, assinalando que as ações da Rússia nas
últimas semanas não condizem com o posicionamento do grupo, que incluía
Moscou.
Os chefes de Estado e de Governo “reafirmaram apoio
quanto à soberania, integridade territorial e independência” da Ucrânia.
“A lei internacional proíbe a anexação de parte ou totalidade de
território de outro Estado através da coação ou da força”, declararam,
sublinhando que as ações da Rússia violam o “sistema internacional”.
Da
mesma forma, condenaram o “referendo ilegal” feito na Crimeia, contra a
Constituição da Ucrânia e condenaram “energicamente” as “intenções
ilegais da Rússia de anexar a Crimeia”, deixando claro que não
reconhecem as duas circunstâncias.”
“Reafirmamos que as ações da
Rússia vão ter consequências significativas”, enfatizaram, acrescentando
que a “clara violação da lei internacional é um grave desafio ao Estado
de direito em todo o mundo e deveria ser motivo de preocupação para
todas as nações”.
Na sequência das posições acertadas hoje, os
sete países referiram igualmente que, de forma individual e coletiva,
vão adotar sanções contra a Rússia e contra pessoas e entidades
responsáveis, assinalando que estão dispostos a intensificar medidas,
incluindo mesmo sanções setoriais, que “vão ter um impacto mais
significativo na economia russa”, caso se verifique uma escalada da
tensão.
Os países pedem que Moscou siga a via diplomática e o
diálogo com Kiev e foi bem recebido o apoio russo ao envio da missão da
Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) na Ucrânia.
Da
mesma forma, asseguraram que se mantêm firmes no apoio ao povo
ucraniano e elogiaram a “ambiciosa” agenda de reformas propostas pelas
autoridades de Kiev.
Por último, qualificaram como “central” o
papel do Fundo Monetário Internacional (FMI) para liderar esforços
internacionais no apoio da “debilitada” economia ucraniana e confiaram
que a instituição consiga um acordo, em breve, com Kiev.
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