terça-feira, 25 de março de 2014

Ucrânia: Parlamento aprova demissão do ministro da Defesa

O Parlamento ucraniano (Rada) aprovou hoje (25) a demissão do ministro da Defesa, Igor Teniukh, criticado por sua atuação durante a perda da Crimeia, e nomeou para o cargo o general Mikail Koval. A Rada havia rejeitado antes a demissão do almirante Teniuk, mas a saída foi finalmente aprovada por 228 deputados, em sessão parlamentar bastante agitada.
Posteriormente, os deputados votaram a favor da nomeação de Mikail Koval para o cargo, apresentada pelo presidente interino, Oleksandr Turchinov, que recebeu 251 dos 314 votos dos parlamentares presentes à sessão. “Entendo toda a responsabilidade. Sou militar de carreira. Amo a minha profissão, amo a Ucrânia”, disse o general Koval, de 58 anos, pertencente ao corpo de Guarda-Fronteiras.
Koval agradeceu ao almirante sua gestão à frente do ministério e Turchinov defendeu Teniukh das acusações de “ineficácia” de que foi alvo nos últimos dias.
“A Rússia esperava na Crimeia provocações dos militares, um confronto direto para que morressem centenas de milhares de civis e houvesse uma desculpa para invadir a Ucrânia continental. Mas, graças à paciência do Ministério da Defesa e das unidades colocada ali, o plano não funcionou”, disse Turchinov.
Vários deputados da Rada, entre eles o líder do partido Udar, o ex-boxeur Vitaly Klitschko, acusaram o governo ucraniano de não ter oferecido resistência às tropas russas na Crimeia e de ter abandonado os soldados que mantiveram lealdade a Kiev.
Mais de 200 unidades ucranianas içaram a bandeira russa e mais da metade dos soldados das Forças Armadas da Ucrânia trocaram de lado, colocando-se às ordens da Rússia.
A maioria das últimas unidades, bases e navios de guerra que continuavam leais a Kiev foram tomados pelas forças russas no sábado passado, face à inoperância da liderança militar e política do país, denunciada como negligente por muitos oficiais ucranianos.
Os efetivos ucranianos foram forçados pelas tropas russas a deixar todo o armamento e os equipamentos nas bases militares.
Pelo menos cinco oficiais ucranianos, entre eles o comandante adjunto da Marinha da Ucrânia para a Defesa do Litoral, general Igor Voronchenk, foram detidos pelas autoridades da Crimeia por resistir aos russos.
Península da Ucrânia, a Crimeia foi ocupada durante mais de três semanas por tropas russas, tendo sido anexada à Federação russa na semana passada, depois da realização de um referendo.
A Rússia concedeu, até o momento, cidadania a cerca de 2.500 habitantes da Crimeia, segundo o Serviço Federal Migratório russo.

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